sábado, 9 de abril de 2011

Vazio constante

  Os dias passam devagar, às vezes mais devagar do que deveriam. Sinto-me perdida nesse emaranhado de lençóis, sem nada além desta tela para me aproximar do mundo. Sinto falta de toda aquela agitação de antes, dos risos histéricos sem nenhum motivo aparente, dos olhares que conversavam, das vozes alegres que preenchiam meus dias e me tornavam menos cega à felicidade. Essa solidão me sufoca e me prende, cada vez com mais força, à essa cama, da qual me levanto muito raramente, apenas para não morrer de fome. Não há graça nem na mais alegre canção se não há felicidade dentro de mim.
  Não vejo mais. Apenas enxergo. Não escuto mais. Apenas ouço ruídos, do que quer que seja. Não sinto mais sabores, não vejo mais as cores, o amor em mim se fechou. Na verdade ainda o tenho, mas ele está cansado desses dias monótonos, sem respirar, apenas olhando sem expressão para essa tela que nada mais significa, além de uma grande lacuna em meu coração.
  Preciso de uma mão estendida para me puxar deste poço, preciso de algum motivo novo para sorrir, preciso de uma nova esperança de vida e felicidade. Preciso de alguém em quem pensar pela manhã, alguém sobre quem falar à tarde, alguém para conversar durante a noite. Alguém cujo sorriso seja capaz de iluminar meu dia, alguém que saiba dizer as palavras certas nos momentos certos, alguém para me aquecer quando eu sentir frio, alguém para me abraçar quando me sentir desamparada, alguém que faça meu coração acelerar cada vez que o veja, sem nem ao menos saber disso. Alguém.

3 comentários:

  1. A solidão, vezenquando, nos devora. É feito ácido corrosivo que aos poucos corroe nossas vontades, nossas alegrias e o sabor que as coisas tem.
    Já me senti exatamente como você, e sei o quanto é doloroso passar insípida para o mundo. Se eu pudesse, juro que te abraçaria nesse exato momento.

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  2. E essa solidão que tantos encontram. Mas cadê a felicidade que todos aumejam?

    Gostei do blog, dos textos, de tudo. *-*

    =*

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Silêncio

  Ele corria além do limite de velocidade. O sol brilhava ao fim da estrada e o relógio marcava 14h05min. Em seu emaranhado de pensamen...