Ela estava na janela. As pernas nuas e finas com cicatrizes no topo, balançando incessavelmente enquanto o vento frio esfaqueava seu rosto e jogava seus cabelos no rosto. Profunda respiração.
Naquele momento de indecisão se deveria ou não por fim em seus sofrimentos, lembrou-se novamente de sua rápida ligação para os pais, antes daquilo. Os pais com quem ela não falava há mais de três anos, devido a rejeição deles. Ser a única filha não fez com que ela fosse amada. Os pais não a entendiam e ela também não buscava entendê-los. Eles não a reconheciam. Aliás, nem mesmo ela se reconhecia.
Inclinou-se contra a mesa, buscando o maço de cigarro. Um centelha de sentimento, raiva, escorreu quando percebeu que o último tinha se esvaido não muito tempo atrás. Talvez tivesse algo na geladeira, mas ela não queria se dar o trabalho de descer dali. Qualquer esforço não valia a pena.
Olhou pra baixo, respirou fundo. Os carros passavam com músicas altas, músicas que ela não gostava, enquanto o vento jogava novamente seu cabelo em seu rosto. Outro suspiro.
Naquele momento ela se via arrependida de ser quem era. Quem mandou ser intensa, complicada, extremista demais? O que não a agradava, azia-a querer morrer. Morrer. Ela não queria morrer, mas também não queria continuar vivendo aquela vida monótona. Pensou em pessoas que talvez sentissem a falta dela, caso ela pulasse dali. Não conseguiu pensar em ninguém. Suspiro. Entorpecida, horas ali, até que o sol começou a brotar com suas luzes laranjas no céu e ela ainda não havia se decidido. "Solte de uma vez", dizia sua mente.
Naquele momento de indecisão se deveria ou não por fim em seus sofrimentos, lembrou-se novamente de sua rápida ligação para os pais, antes daquilo. Os pais com quem ela não falava há mais de três anos, devido a rejeição deles. Ser a única filha não fez com que ela fosse amada. Os pais não a entendiam e ela também não buscava entendê-los. Eles não a reconheciam. Aliás, nem mesmo ela se reconhecia.
Inclinou-se contra a mesa, buscando o maço de cigarro. Um centelha de sentimento, raiva, escorreu quando percebeu que o último tinha se esvaido não muito tempo atrás. Talvez tivesse algo na geladeira, mas ela não queria se dar o trabalho de descer dali. Qualquer esforço não valia a pena.
Olhou pra baixo, respirou fundo. Os carros passavam com músicas altas, músicas que ela não gostava, enquanto o vento jogava novamente seu cabelo em seu rosto. Outro suspiro.
Naquele momento ela se via arrependida de ser quem era. Quem mandou ser intensa, complicada, extremista demais? O que não a agradava, azia-a querer morrer. Morrer. Ela não queria morrer, mas também não queria continuar vivendo aquela vida monótona. Pensou em pessoas que talvez sentissem a falta dela, caso ela pulasse dali. Não conseguiu pensar em ninguém. Suspiro. Entorpecida, horas ali, até que o sol começou a brotar com suas luzes laranjas no céu e ela ainda não havia se decidido. "Solte de uma vez", dizia sua mente.
Estou seguindo você, chérie. Seu blog é lindo e você escreve muito bem. Bisous. Au revoir :*
ResponderExcluirSerá mesmo que preciptar-se vale a pena? E o segundo seguinte, e o amanhã?
ResponderExcluir"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? (...)Sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso, às vezes, cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como "estou contente outra vez", ou simplesmente "continuo"".
Sei que é extremamente difícil pensar assim, mas é preciso acreditar.
Te cuida muito bem.