quinta-feira, 15 de julho de 2010

Ironias do Destino

Ela estava cansada daquela mesma rotina de sempre, pegou uma mochila colocou algumas roupas dentro, carregou consigo seu violão e saiu deixando apenas um bilhete pregado na geladeira. Partiu sem rumo, em busca da liberdade que ela só conhecia nos livros. Era fim de junho, a chuva caía e estava frio, muito frio. Apenas uns goles de Vodka mantinham-na aquecida naquele momento. A chuva escorria pelo seu rosto e cabelo, andava sem saber para onde ia, somente pelo prazer das gotas escorrendo sobre ela. No meio da bagunça de sua própria cabeça ela trombou com alguém. Ele era alto, olhos verdes, cabelos escuros e tinha os naipes do baralho tatuados em seu braço esquerdo. Ela ainda meio perdida em si mesma, o beijou. Ele olhava incrédulo para aquela criatura molhada e desconhecida que acabara de dar-lhe o melhor beijo que já havia recebido. Sentaram-se em um banco, ele a observava tentando entender o que tinha se passado nos últimos minutos. Sentou ao lado dela, ela sequer o olhou, continuou com a cabeça entre as mãos que estavam apoiadas ao joelho. Passaram horas e os dois sentados ali, sem dizer uma palavra sequer. Cansado do silêncio ele colocou entre as suas mãos o rosto dela, e a olhou bem fundo nos olhos, agora ela parecia ter acordado do sonho em que estava perdida, ela o olhava assustada e foi a vez dele a beijar. Eles se olharam mais uma vez, e então começaram a conversar e conhecer melhor um ao outro. Embora eles parecessem se conhecer a anos.

Ele a levou para o seu apartamento, sentaram no sofá e ele trouxe uma dose de Whisky. As horas foram passando e eles iam se conhecendo cada vez mais. Na manhã seguinte ela parecia ainda não entender o que estava acontecendo, olhou ao seu redor, viu ele ainda dormindo, e as roupas jogadas ao pé da cama. Um disco dos Beatles a tocar e ela percebera que naquela noite havia conhecido o amor da sua vida, da forma mais inusitada possível.

5 comentários:

  1. Nossa amei, adoro essas histórias.

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  2. Adorei seu texto, a sua maneira de escrever é muito interessante e boa.
    Estou seguindo aqui também.

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  3. Lindo. Sei que é pouco para se dizer, mas me tirou as palavras.

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  4. Ah, que texto lindo! Adorei o rumo que a história tomou. É verdade, ás vezes nos momentos mais inusitados podemos conhecer a pessoa que pode ser o nosso amor.
    Beijos querida, voltarei mais vezes.
    @pequenatiss.

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Silêncio

  Ele corria além do limite de velocidade. O sol brilhava ao fim da estrada e o relógio marcava 14h05min. Em seu emaranhado de pensamen...