terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Antes eu era o modelo de compaixão pelos outros. Agora, tenho tomado uma posição de carência em relação aos meus sentimentos. É difícil sempre levar a culpa de tudo. A malcriada, a desobediente, a imperfeita. Me dizem que gesticular as melhores respostas para qualquer insatisfação, ou para ordens severas, não são nada gentis. Eu sou a errada. A única errada, sempre. Acho que posso quase me autodenominar um monstro. Hoje, eu posso dizer, foi a gota d’água. A mania que as pessoas têm de lançar nos outros seus tormentos, isso me deixa totalmente encabulada. Mesmo eu fazendo um esforço surreal para reverter situações, é como se ele não contasse, ou apenas não fosse suficiente. É pura ingratidão. Ainda por cima tenho que lidar com ameaças. Já avisei, isso não funciona comigo. Não sou mais uma criança. Chantagem é uma atitude totalmente ridícula. É, foi a gota d’água no sentido mais literal da palavra. Eu podia sentir meus olhos já fundos e as maçãs do rosto se inchando. As lágrimas queimavam meu rosto. Agora eu chorava alto, ao mesmo tempo despejando todas as palavras a quem me havia culpado. Palavras dolorosas. Eu estava tirando meu fardo.
Finalmente, me peito se esvaziou. Foi mais como uma defesa do que qualquer outra coisa. Espero que não precise fazer isso novamente, para não pensarem que estou querendo parecer uma coitada. Apenas quero que justiça seja feita. Cansei de tentar mudar as pessoas, dizendo que estavam erradas. Mostrando uma verdade onde elas não viam. Mas hoje notei que era em vão, você pode até tentar consertar os erros dos outros, mas para eles serem totalmente consertados precisam de uma atitude do verdadeiro responsável por aquilo.

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