Os ponteiros do relógio marcavam meia noite. Gélida noite de insônia. Em meio ao nada, procurava tudo: explicações ou qualquer razão para acreditar que, porventura, estivesse perdida naquela fumaça onde flutuavam tantas memórias. Ouvia apenas os barulhos de seu próprio silêncio. Tentava sustentar-se sobre pilares que desmoronavam, com toda a esperança, a sinceridade, a ingenuidade e as expectativas; com todas as suas verdades refutadas. Tudo isso pouco a pouco se perdia naquela fumaça; pérfida fumaça que a asfixiava, que a cegava, que se misturava ao sangue pulsando sobre a ferida aberta. O silêncio gritava, o silêncio a ensurdecia. Sabia exatamente onde estava, mas sentia-se perdida. Precisava reencontrar-se. Em qual daqueles amargos devaneios perdera-se a si mesma? Todos os dias procurava por respostas. Talvez as respostas estivessem na brisa, no pôr do sol, nos versos de alguma música, nos livros jogados pela estante ou até no sorvete guardado na geladeira. Essa fora sua maior tolice: não perceber que talvez só precisasse se acalmar e olhar em volta; não perceber que as respostas poderiam estar nos mais ínfimos detalhes, que sua ansiedade por encontrá-las não a deixara enxergar.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
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Silêncio
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Queria ter a delicadeza que você tem com as palavras, você as coloca de uma forma muito sútil. Me apaixonei pelo seu blog.
ResponderExcluirParabéns! Beijs linda.
saudade de seus textos!
ResponderExcluirVolte para cá, menina. Senti falta de sua escrita. Eu voltei, voltei para meu universo paralelo. Aqui me vejo feliz.
ResponderExcluirUm abraço apertado, @pequenatiss.